Mais um escândalo na política de São Bento do Sul
São Bento do Sul – A “visita” da Polícia Civil ao gabinete do vereador Ângelo Peschiski (MDB) e de uma servidora que, conforme informações, atua no RH da Câmara Municipal, indicada pelo Edil, mostra que algumas lições têm sido ignoradas por parte dos políticos locais. Num passado bem recente o então vereador, César Accorsy de Godoy, e o então vice-prefeito, Márcio Dreveck, passaram, e ainda passam por situações delicadas por conta de acusações parecidas. O então vereador, que se reelegeu e segue na Câmara, Paulo Zwiefka, também acabou como alvo das investigações.
Quando se falou de Peschiski, quase que instantaneamente veio à tona um áudio supostamente disparado pelo vereador dando conta deveria haver “negociações por cargos” para apoiar o grupo que acabasse eleito para o Executivo. No áudio, o então candidato pede apoio para si, deixando livre ao interlocutor o voto para prefeito. “Para prefeito pode votar em quem quiser. O MDB não tem chances de se eleger mesmo”, disse em um trecho do áudio.
Com o então vereador César Godoy, sua situação só não foi mais trágica por conta de acordos feitos para facilitar o trabalho da Justiça. Conseguiu amenizar a tempestade colaborando com o que era proposto judicialmente. A diferença é que Godoy se mostrou conhecedor das leis e soube optar pelo que lhe fosse melhor, mais conveniente.
Cassação na Câmara
Alguns, pelos corredores da política, já falam em cassação do vereador. No entanto, é necessário que haja um pedido formal de qualquer cidadão, como feito pelo advogado Luiz Novazki nos casos de Godoy e Márcio Dreveck. Mas a cassação efetiva só poderia ser consolidada com a conclusão do inquérito policial. Talvez, por esta razão a própria presidente do Legislativo, Carla Hoffmann (PSD), não tenha se manifestado acerca do caso. Vai aguardar “um aceno” da Polícia Civil para se manifestar publicamente.
Material recolhido
Outra preocupação deve ficar para eventuais pessoas envolvidas na suposta “rachadinha”. Contatos (trocas de mensagens) por celular levaram a Polícia Civil a outros nomes e fatos após recolher materiais eletrônicos do então vereador Godóy e o então vice-prefeito Márcio Dreveck. Uma verdadeira “caixa-preta” pode ser aberta, até porque a indicada de Peschiski na Câmara teve, igualmente ao vereador, celulares e computadores recolhidos em casa e no trabalho para as averiguações.
Cinco dias e uma tempestade
A Câmara Municipal retoma os trabalhos em cinco dias, ou seja: primeiro de fevereiro (01). Opositores devem tocar forte neste e em outros assuntos. Será um começo de ano legislativo pesado e, de certa forma, tumultuado. Mas todos os vereadores não poderão desviar do foco que é legislar pelo município.
Bomba Relógio
Se há uma bomba nas mãos da Polícia Civil, trata-se dos celulares e computadores apreendidos com o vereador Peschiski. A “rádio peão” já circulava na tarde do mesmo dia do ocorrido com informações sobre gente que está arrepiada com o que pode ser encontrado no material. Pode ter mais gente se complicando.
Foto: Reprodução/Câmara Municipal