Real Madrid denuncia casos de racismo contra Vinicius Jr. à Procuradoria-Geral da Espanha
Internacional – “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga”. Foi assim que Vini Jr. começou o desabafo após mais um caso de racismo na Espanha. O atacante do Real Madrid foi novamente alvo do crime que tem se tornado “normal” na La Liga. O caso aconteceu no domingo (21), em jogo contra o Valencia e, desta vez, o Real Madrid formalizou uma denúncia junto à Procuradoria-geral do Estado. O clube merengue publicou comunicado oficial na manhã desta segunda-feira (22) e informou que formalizou a denúncia no Ministério Público espanhol.
O caso aconteceu no segundo tempo, quando parte da torcida que estava no estádio Mestalla puxou o grito de “macaco” direcionado ao atacante brasileiro. Vini apontou para a arquibancada e mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea pessoas que estavam cometendo os atos racistas. A partida ficou paralisada por oito minutos.
Já nos acréscimos, o goleiro Mamardashvili partiu para cima de Vini e uma confusão se formou envolvendo vários jogadores. O atacante Hugo Duro dá um mata-leão em Vini que, ao se soltar, acerta o rosto do jogador do Valencia. Após consultar o VAR, o árbitro expulsou o brasileiro. Inicialmente, o árbitro sequer fazia referência sobre o crime, o caso apareceu apenas após atualização.
Após a partida, o presidente da liga espanhola, Javier Tebas, minimizou a conduta dos torcedores e culpou Vini Jr. por “não comparecer a reuniões que tratariam do assunto”. O atacante brasileiro desabafou nas redes sociais.
Vini chegou a pedir para ser substituído, mas Ancelotti o manteve em campo. O treinador também se manifestou e foi duro com relação aos casos que se acumulam. O deste domingo foi o nono caso de racismo contra o atacante brasileiro.
O clube merengue reforçou a “mais forte repulsa” com relação aos casos. “O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior. Esses fatos constituem um ataque direto ao modelo de convivência de nosso Estado social e democrático de direito. O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou a denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à parte que cuida de crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades”, escreveu o Real.
“O artigo 124 da Constituição espanhola estabelece as funções do Ministério Público para promover a ação da justiça em defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público. Por este motivo, e dada a gravidade dos fatos ocorridos, o Real Madrid recorreu à Procuradoria, sem prejuízo de seu caráter privado no processo instaurado”, complementou o clube merengue.
Fonte: ND+
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