Produtores pedem regras, acostamento e sinais para transitar com máquinas
Nacional – Produtores rurais de Campo Erê e região pedem regras mais claras, acostamentos nas rodovias estaduais e sinalização específica para o trânsito de máquinas agrícolas durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural, que aconteceu na sexta-feira (12), na Câmara Municipal de Campo Erê.
“Nossas propriedades são constituídas de pequenas glebas que não se conectam umas com as outras, exigindo o deslocamento constante dos maquinários para as atividades. Os deslocamentos são feitos em vias públicas e o carregamento em caminhões demanda tempo, altos custos e o desmonte ou retirada de equipamentos da máquina. Que o trânsito seja legalizado no território, com alertas para os usuários, com regras para garantir a segurança de todos”, reivindicou Celso Antonietti, produtor rural de Campo Erê.
“Não temos alternativa, é óbvio que não vai se fazer um acostamento para transitar, assim como não temos a possibilidade de locomover uma máquina em uma carreta, se torna inviável do ponto de vista econômico. Colocamos cones, usamos batedor, caso contrário não temos o que fazer”, afirmou o produtor Zito Fernando Lunardi.
Marcelo Batistella, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campo Erê, defendeu a parceria entre os produtores e a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) local.
“Entramos em contato com o Comando de São Lourenço para decidir como proceder o trânsito das máquinas. A gente vive em um país agrícola, então é comum se deparar com um trator, com uma colheitadeira. Às vezes faz mil metros, cinco km ou 10 km, mas a PMRv tem nos orientado e não teve nenhum impasse, estamos juntos buscando uma solução, como uma melhor sinalização nas rodovias e acostamentos”, explicou Batistella.
Altair Silva (PP), que presidiu a sexta audiência pública sobre o tema, elogiou a atuação das polícias estadual e federal.
“Eles estão apenas aplicando a lei, não é só a boa vontade, estão aplicando o máximo de tolerância, o que está errado é a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)”, justificou o deputado.
A palavra da PRF e PMRv
“A gente sabe das dificuldades, o trânsito aumentou, a nossa região só tem um modal rodoviário, tudo transita pelas rodovias, então acaba sobrecarregando para atender todas as demandas, como o crescimento das máquinas e caminhões. A gente tem de tentar equilibrar os interesses dos usuários e dos produtores”, ponderou Tiago Tonin, representante da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que destacou o fato de que as rodovias estaduais da região não têm acostamentos.
“Estamos aqui para facilitar a vida dos senhores, sabemos que levam nosso estado nas costas”, pontuou o major Deiber Haefliger, que pediu o bom senso dos produtores. “Transportar com pouca iluminação, cerração e sem sinalização pode ter consequência”.
A solução está em Brasília
Altair revelou aos participantes da audiência que ele e o deputado Oscar Gutz (PL) vão a Brasília nos próximos dias para levar as sugestões dos catarinenses coletadas nas audiências para convencer dirigentes e autoridades a modificar as normas editadas pelo Contran sobre o transporte de máquinas.
“Vamos com o documento resumo das audiências na Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na presidência da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, na presidência da Frente Parlamentar da Agricultura da Câmara e no Contran com objetivo de reformular a resolução, flexibilizando a passagem das máquinas agrícolas.”
Cursos para batedores
Altair Silva também contou que está em andamento uma articulação entre a Comissão de Agricultura da Alesc, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para viabilizar o treinamento de batedores para atuarem no transporte de máquinas agrícolas.
“Dia 22 de julho vamos ter uma reunião com autoridades ligadas às entidades Senar e Senat para elaborar um programa de capacitação em várias regiões para que os produtores estejam habilitados a fazer a sinalização correta do transporte”, anunciou Altair.
Fonte: Agência AL
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL