PSD: Carla Hofmann “desembarca do governo”
São Bento do Sul – Após as eleições de 2020, quando eleita vereadora, a advogada e professora Carla Hofmann (PSD) sentou para negociar com os vereadores, então tidos como governistas, e acertou sua eleição para presidir a Câmara Municipal. A negociação tanto deu certo que ela foi eleita e passou atuar como presidente do Legislativo e, paralelamente, como forte defensora do governo.
Porém, os acontecimentos dos últimos dias acabaram expondo uma situação que vinha se desenrolando nos bastidores. A insustentável convivência do PSD, diga-se de Carla Hofmann, com o prefeito Tomazini (PSDB) e a administração municipal. Carla teria revelado para algumas pessoas mais próximas a insatisfação por não sentir acontecer mudanças que julga necessárias para o bom andamento do serviço público.
Recentemente ela, em ações visíveis, passou adotar outra postura na Câmara, sem a mesma contundência na defesa de projetos do governo. Mas a situação parece ter se agravado quando o prefeito Tomazini, numa jogada que parecia natural, tornou público que Tirso Humelgenn (PSDB) deixaria o ninho tucano e ingressaria no PL para manter a parceria a fim de repetir a dupla para as eleições de 2024. Sabendo que a vereadora tem objetivo claro de participar da majoritária, Tomazini acabou “fechando a porta” para ela participar de uma composição com ele em uma possível corrida à reeleição.
Desde então as coisas só pioraram, ao ponto de, no começo do mês de agosto, Carla colocar os dois cargos que estavam sob sua indicação à disposição. Um dos cargos teve exoneração publicada com data de 22 de agosto e outro na segunda-feira (28), escancarando de vez o rompimento. Os fatos que vieram depois mostram que a convivência pra frente pode não ser mais tão amistosa, ao ponto de a vereadora não ter sido citada em um protocolo oficial do governo e ter se manifestado com mais acidez no Parlamento.
Mais livre
Questionada por O Jornaleiro a vereadora disse que a situação não vinha bem a algum tempo e que já havia colocado os cargos à disposição, dando a entender a existência do desejo de se sentir totalmente livre para discordar do governo na Câmara Municipal. Tudo indica que essa liberdade vai proporcionar uma integrante forte na oposição ao governo, bem ao contrário do seu papel na primeira metade da atual legislatura.
Com a mudança de postura nas discussões, Tomazini pode estar assistindo a oposição aumentar o número de integrantes e ficar relegado à defesa feita por sua líder de governo, Terezinha Dybas (PSDB), que pode estar em uma caminhada rumo a solidão em favor do governo.
Pesenti continua
Como o vereador pessedista segue na base de governo, é de imaginar que o partido continue apoiando Tomazini (por enquanto). Luis Pesenti conta com cargos indicados ao governo e tudo leva crer que fará manutenção desses cargos, logo da permanência na composição de apoio à administração.
Tudo isso reforça a tese de que a vereadora Carla estaria de malas prontas para desembarcar do PSD com possível embarque no Republicanos. Mas nos bastidores também já existem situações que podem fazer a vereadora mudar os rumos.
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