São Bento confirma dois casos da varíola do macaco

 São Bento confirma dois casos da varíola do macaco

São Bento do Sul – Na terça-feira (20), a Secretaria de Saúde de São Bento do Sul recebeu os resultados de exames laboratoriais confirmando dois casos da varíola dos macacos na cidade, a Monkeypox, doença causada pelo vírus com o mesmo nome. Um dos pacientes já está recuperado e o segundo está em isolamento domiciliar.

De acordo com a Secretaria de Saúde, os casos são considerados autóctones, ou seja, os pacientes se contaminaram com o vírus na própria cidade ou região, pois não há registros de viagens recentes para ambos. Detalhes sobre os pacientes, como sexo, idade ou bairro onde residem não serão divulgados.

Conforme o secretário Marcelo Marques, em nenhum dos casos houve maior gravidade e os pacientes estão bem. O que permanece isolado está sendo acompanhado por uma equipe da pasta. “Com a confirmação, a secretaria realizou imediatamente as medidas de controle, como isolamento e rastreamento de contato”, explicou.

Boletim epidemiológico

Por conta da confirmação dos dois casos autóctones, a Secretaria de Saúde de São Bento do Sul emitiu um boletim epidemiológico destinado a todos os profissionais da rede pública, contendo informações sobre as notificações de casos suspeitos e alguns detalhes da doença para serem monitorados por médicos e equipes de enfermagem.

A doença

A Monkeypox é uma doença viral conhecida desde a década de 1950, causada pelo vírus monkeypox. O primeiro caso humano da doença foi registrado em 1970, no continente africano. Em 2022, um grande surto tem se propagado por vários continentes. Em geral, a doença é benigna e autolimitada (tratamento sintomático e de complicações infecciosas das lesões). A MPX causa lesões de pele profundas, podendo se desenvolver em qualquer parte do corpo, incluindo a região genital.

A transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato pessoal com secreções respiratórias e lesões de pele de pessoas infectadas. Apesar de objetos recentemente contaminados serem potenciais meios de contágio, estudos indicam que esse meio de transmissão tende a ser menos eficaz.

A transmissão do vírus via gotículas respiratórias usualmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna parceiros sexuais, membros da família e outros contatos próximos, além de trabalhadores da saúde envolvidos no atendimento dos casos, pessoas com maior risco de serem infectadas.

A transmissão vertical ou durante o contato próximo no pós-parto também pode ocorrer. O período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) da MPX é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

Na apresentação típica da doença, a infecção é dividida em período de pródromos, caracterizado por febre, dor de cabeça, lombalgia, mialgia, astenia e linfadenopatia e período de erupção cutânea, caracterizado pelo surgimento das lesões cutâneas e mucosas.

Porém, no surto atual, muitos casos têm apresentado lesões na região anogenital e alguns casos não passam pelas duas fases da doença, apresentando lesões de maneira súbita. As lesões progridem, no geral, dentro de 12 dias, do estágio de máculas para pápulas, e sequencialmente para vesículas, pústulas (habitualmente umbilicadas) e crostas. Geralmente é uma doença autolimitada, com os sintomas se estendendo por 2 a 4 semanas.

O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. O diagnóstico diferencial inclui varicela, sarampo, infecções bacterianas da pele, escabiose, herpes-zoster, doença mão-pé-boca, herpes simples, sífilis e alergias associadas a medicamentos.

“Quem tiver a possibilidade de ter contraído a doença, deve procurar a unidade de saúde e cumprir o isolamento”, destaca o Infectologista da Secretaria de Saúde de São Bento do Sul, Luiz Felipe de Souza Moreira.

Sintomas

O principal sintoma é o aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas que podem surgir pelo corpo. Também, pode vir acompanhada por febre e calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, mal-estar, fadiga, aumento nos linfonodos. As pessoas que tiverem sintomas devem procurar as unidades de saúde.

Como prevenir

Evite o contato com a pessoa doente até que as feridas tenham cicatrizado;

Higienize as mãos com água e sabão ou álcool gel;

Reduzir o número de parceiros sexuais, incluindo parceiros casuais.

ASCOM/PMSBS

Foto: Veja

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