Criança vestida de princesa é vítima de racismo nas redes sociais
Criciúma – O dia 21 de março é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Não é surpresa que mesmo após 62 anos da instituição da data, os casos de racismo continuem acontecendo.
Matéria veiculada no jornal da NSCTV relatou um caso de racismo contra uma criança de apenas 7 anos na cidade de Criciúma no Sul do estado.
Confira a íntegra da matéria da NSCTV:
Thaise Damiani denunciou que a filha foi vítima de racismo em Criciúma, no Sul catarinense, na sexta-feira (19). Ela registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) por injúria racial na manhã de sábado (20). O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami).
A situação começou a ganhar repercussão depois que a mãe expôs na internet um comentário que recebeu após publicar um vídeo da filha. Ela havia feito um registro da menina, de 7 anos, vestida com uma fantasia de princesa do filme “A Bela e a Fera”, que seria usada em uma festa da escola.
A mulher, que é parente de Thaise, enviou um comentário sobre a publicação: “Desculpa aí, mas vi uma macaca se coçando”. Quando a mãe questionou o comentário, a autora apagou a mensagem.
A família conta que a mulher pediu desculpas quando percebeu que o ato poderia ser investigado. A mãe da criança, disse que a mulher tentou justificar a ação e que o comentário seria para um outro vídeo que estaria na rede social.
Apesar do grau de parentesco, a família afirmou que não existe uma relação de proximidade com a mulher e que ela não conhece a criança.
O pai da menina e marido de Thaise, Fabrício Silvério Lucas, conta que a família espera encontrar solução para o caso. A pena por injúria racial pode chegar a 3 anos de reclusão.
“A situação está desagradável, principalmente para o psicológico e o emocional. Eu, como pai, não tenho palavras para explicar o que estou sentindo. Só quero justiça pelo que ela fez com minha filha”, disse.
Era um momento feliz
A menina, segundo relato da mãe, estava eufórica com a fantasia, que seria usada em um evento escolar.
“Ela quis provar esse vestido. Ela estava tão radiante e tão feliz. Colocou o vestido e rodava com ele”, lembra Thaise.
Fabrício compartilhou um vídeo com desabafo neste domingo (20). “Eu não sei o que se passou com essa mulher. A sociedade está aí, não podemos nos calar. Eu não vou sossegar enquanto essa mulher não pagar tudo o que fez com a minha filha”, afirmou.
Repercussão
O caso chamou a atenção do Coletivo “Chega de Racismo”, de Criciúma, que disse que vai mobilizar moradores para que o crime siga em evidência até ser solucionado.
“Entendemos que o racismo é um problema crônico da sociedade, mas não podemos naturalizar e aceitar casos como esse. A pessoa racista pratica o seu racismo porque acredita na impunidade, e nós queremos tratar o caso como deve ser tratado. Racismo é crime e nós queremos justiça”, afirma o coordenador do grupo, Alex Sander da Silva.
Fonte e imagens: íntegra NSCTV