A confiança em Deus faz a família crescer
Uma história para aquecer o dia de qualquer pessoa. Leia com atenção e perceba que durante o momento de maior dificuldade de um casal a confiança e fé em Deus guiou-os para um lugar seguro, onde puderam segurar nos braços o presente encaminhado do Céu
São Bento do Sul – Um blog, página virtual, site, jornal impresso ou qualquer outro meio de comunicação não vive apenas das tragédias ou coisas ruins que ocorrem no cotidiano (embora elas, lamentavelmente, são garantia de público). Acontecimentos que geram alegria, união entre as pessoas e manifestações de felicidade, precisam se destacados.
O Jornaleiro replica em seu espaço a narrativa emocionada de um pai. Ele relatou em suas redes sociais a trajetória desde rompimento da bolsa uterina até o nascimento do filho. Como foi? Confira no relato emocionante de Cristiano Muzolon, leitor e amigo de O Jornaleiro, que colocou em suas redes sociais para mostrar a importância da confiança e da fé. Ele, com a amada esposa, atravessaram o mar com uma tempestade que se formou repentinamente. Foram juntos, e atravessaram as fortes ondas acreditando que o barco seria ancorado em um lugar seguro. Uma “Força Superior” os conduziu. Confira o relato no texto abaixo. Emocionante!
Nosso 10 de fevereiro de 2022
Eis que 5h20 da manhã de uma quinta-feira (10/02), como em todas as manhãs, meu despertador é acionado. Hora de ir trabalhar. A Sami, minha esposa, ainda deitada, sente algo estranho e me fala: “Aconteceu algo aqui”. Nos deparamos com o rompimento da bolsa. Pois é, o Lucca nasceria e faria do dia 10 de fevereiro o dia mais feliz de nossas vidas. Porém, entre o rompimento da bolsa e o momento dele estar em nossos braços não foi nada fácil.
Logo entramos em contato telefônico com o médico, doutor Francisco, que nos atendeu prontamente. Tivemos que correr para arrumar as malas e a bolsa com as coisas necessárias para ir à maternidade. Não tínhamos nada pronto, afinal ainda faltava mais de um mês para o Lucca chegar. Imagina vocês, eu já não acho nada aqui em casa em meu estado normal, imagina prestes a ser papai. Na sequência nos encontramos com o doutor Francisco no Hospital e Maternidade Sagrada Família, em São Bento do Sul. Fomos muito bem atendidos e até tivemos sorte da doutora Jully estar de plantão, ela também nos ajudou a manter a calma. Mas logo veio a notícia que, para o bem do Lucca e da Sami, seria melhor ir para um lugar onde teria UTI Neonatal, afinal a Sami estava com apenas 35 semanas de gestação e ainda tratando sequelas pós COVID, que nos pegou início de janeiro.
Foi solicitado via Unimed a nossa transferência para o Hospital e Maternidade Jaraguá, onde tinha vaga de UTI Neonatal. A ambulância se deslocou de Joinville e chegou em torno de 10h30 em São Bento do Sul. Até então estava tudo relativamente tranquilo, ela tinha poucas dores, pois, apesar do rompimento da bolsa, a Sami não havia entrado em trabalho de parto. Demorou uma eternidade a viagem de 55km até o Hospital em Jaraguá do Sul. Fui acompanhando de carro e nosso maior medo era a Sami entrar em trabalho de parto e o Lucca nascer prematuro dentro da ambulância. Mas deu tudo certo e demos entrada no hospital próximo ao meio dia. Quando pensamos que o pior havia passado, infelizmente só estava começando.
A luta no Hospital
Ao chegar no hospital suas dores já estavam bem mais fortes e fomos separados. Eu fiquei na recepção fazendo o processo burocrático de internamento, e ela entrou para ser atendida. Fiquei sem notícias da situação por quase duas horas. Lá estava eu, “espiando” através do vidro da porta para ver se conseguia vê-la. Mas não conseguia! Os minutos passavam e a angustia só aumentava. De repente uma médica vem à recepção, chama por mim e informa que a equipe médica decidiu por fazer imediatamente a cesariana. Em questão de minutos vi ela vindo em uma maca…estávamos enfim juntos, muito feliz, pensei: graças a Deus o meu menino vai nascer! Alegria durou muito pouco, pois enquanto ela era conduzida para o centro cirúrgico, conversamos brevemente, quando ela me falou que não conseguiam mais ouvir os batimentos cardíacos do Lucca. Naquele momento meu chão “se foi” literalmente, a pior sensação do mundo, na queria acreditar.
Acho que todos ficam “normalmente nervosos” nessa hora, mas a gente estava perplexo com tudo que estava ocorrendo, e nos perguntávamos: “Porque isso está acontecendo conosco?”. Ao mesmo tempo sabíamos que contávamos com um batalhão de familiares e amigos, rezando e mandando energia positiva para que tudo terminasse bem, mesmo ninguém sabendo a real gravidade da situação.
Era nítido o clima de tensão no centro cirúrgico. Ao chegar na sala, vi muitos médicos, enfermeiros, e tudo pronto para reanimar e transportar o Lucca para UTI Neonatal.
Sentei logo atrás da Sami, encostamos nossas cabeças, e começamos a rezar com muita fé! As lágrimas já não cabiam dentro dos olhos, enquanto isso um anjo vestido de enfermeira, pegou nosso celular e disse: “Me dá o celular aqui! Vou registrar o nascimento desse gurizão e te aviso aqui papai quando o Lucca nascer”. Foram minutos que pareciam décadas para passar. Enfim a enfermeira me chama: “Vem ver papai, está nascendo!”. Então levantei, olhei e tão logo sentei com os olhos marejados. Olho para a Sami e digo: “Ele não chorou. Estão mexendo nele, mas ele não chorou”. Eis que se passam alguns “eternos segundos” e ouvimos o melhor som do mundo: o Lucca chorou! Em seguida, enfim o médico diz: “O menino está bem. Está tudo ok!”. O clima no centro cirúrgico se transformou, um alívio, a angustia foi embora, logo estávamos com o Lucca colado em nossos rostos. Alegria transbordando e com a certeza que todas as orações e as energias positivas que nos foram direcionadas fizeram a diferença. Ele nasceu forte e saudável, com 2,750kg e 46cm. Obviamente por ser prematuro necessitou, no hospital, e ainda necessita em casa, de alguns cuidados. Sem dúvida já nasceu lutando, com muita disposição e vontade de viver.
Agradecimento
Aos familiares e amigos, nosso muito obrigado! Não seríamos nada sem vocês. Logo o Lucca estará correndo por aí. Estará fazendo “artes” e “peripécias”.
Ééééé meus amigos, assim foi nosso dia 10 de fevereiro de 2022, um dia inesquecível, que a partir de agora será sempre um dia para festejar e celebrar a vida do nosso Lucca.
Texto e fotos: Divulgação/Cristiano Muzolon/Facebook